Uma parceria e pesquisas realizadas junto a universidades de Portugal auxiliou a identificar a embarcação. De acordo com o diretor do projeto Barra Sul, Gabriel Corrêa, uma carta do navegador foi fundamental para que os pesquisadores descobrissem detalhes sobre a nau espanhola.
"Nessa carta, o navegador faz referência a duas pedras que teriam sido esculpidas com detalhes sobre as posses e as armas do rei Felipe II, da Espanha", disse Gabriel. "Encontramos esses materiais, o que nos traz 99% de chances de que esse naufrágio seja o mais antigo das Américas".
Os pesquisadores localizaram uma pedra triangular com inscrições em latim onde o rei espanhol é citado. Outra pedra, quadrada, traz esculpido em alto relevo o escudo das armas da Espanha. Cada uma delas pesa cerca de 800 kg. Além das pedras, foi encontrado um canhão de 3,2 metros de cumprimento, totalmente esculpido em bronze e datado de 1565.
A embarcação naufraga em Florianópolis, segundo os pesquisadores, fazia parte de uma expedição com 13 naus que seguia para o extremo sul do continente. "As cartas analisadas mostram que essa embarcação levava armas e materiais para a construção de uma fortaleza no Estreito de Magalhães", disse Gabriel Corrêa.
No final da tarde desta quinta-feira, a pedra que traz os escudos espanhóis foi retirada do mar com um guincho e em seguida transportada para um iate clube de Florianópolis. A operação durou mais de cinco horas devido ao peso do material. A pedra será analisada e encaminhada ao laboratório de Arqueologia da Unisul para dessalinização e higienização. As condições do mar no extremo sul da Ilha, na região da praia de Naufragados, contribuía para inúmeros naufrágios. "Esses navegadores entravam para baía para buscarem provisões, mas muitos acabavam não chegando ao destino", afirma o diretor do projeto. "A geografia é acidentada, com muita ocorrência de ventos e inúmeros bancos de areia que causavam os naufrágios".
Fonte: Site do TERRA, Escrito: Fabrício Escandiuzzi.
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