O Oceano Pacífico está se transformando em lixão a céu aberto. A poluição alcança um ambiente em que seres humanos raramente estão presentes, pela pouca quantidade de ilhas. O lixo cria anomalias, (como a tartaruga que cresceu com um anel de plástico em volta do casco) e mata os moradores do mar.
Com a peneira na popa, o capitão e sua equipe filtram a sopa de
plástico e fazem medições. Já descobriram, por exemplo, que 26% do lixo vem de sacolas de supermercado. Numa análise feita com 670 peixes foram encontrados 1,4 mil fragmentos de plástico . São informações valiosas, fonte de pesquisa e argumentos pra grande denúncia de Charles Moore: "Gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo de vida que estamos levando, isso de jogar tudo fora, usar tantos produtos descartáveis.Isso está nos matando. Temos que mudar se quisermos sobreviver." Da praia para as águas profundas Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida numa praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelos garis. Mas grande parte do lixo plástico que é produzido nessa região acaba embarcando numa longa e triste viagem pelo Oceano Pacifico. Pode ser também depois de uma tempestade. O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chega até o mar ou vem de rios poluídos que desembocam no oceano.
No caminho, os dejetos do continente se juntam ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte. Diversas correntes marítimas que passam às margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme redemoinho feito de água, vida marinha e plástico.
Há dois anos, depois que se mudaram para cá, Dean e Suzzane Frazer resolveram fazer de Kamilo um alerta planetário. Suzanne se pergunta: "Será que o governo japonês, por exemplo, sabe quanto plástico o Japão está mandando para o Havaí?" Dean vem trazendo um galão que, sem dúvida, chegou da Ásia. Tem também tubo de shampoo usado nos Estados Unidos e sacos de plástico sabe-se lá de onde. Agora, são só farrapos do mar. As mordidas impressas no plástico levaram os ambientalistas a mudar de alimentação. Eles afirmam que as toxinas estão se acumulando ao longo da cadeia alimentícia, fazendo com que os resíduos do plástico cheguem ao ser humano.
O casal toma notas, calcula as quantidades, recolhe equipamentos de pesca pra saber os pesos e as medidas de cada tipo de poluição. "Não temos a tecnologia pra remover pedaços de plástico minúsculos da areia. Não temos também um equipamento submarino para retirar os dejetos de dentro do mar. Como poderíamos filtrar o oceano inteiro?", pergunta Suzanne. Não é pessimismo. Por enquanto, praticamente nada está sendo feito, não dá pra dizer que existe um ou outro culpado:
"Todos usam e abusam do plástico."
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